terça-feira, 27 de março de 2012

E aqui jaz... não! Aqui VIVE!



Não me perguntem por qual razão, mas hoje, no percurso do trabalho até minha casa, me peguei pensando sobre a morte...
Não nela propriamente dita, mas sobre tudo o que a ritualiza e circunda.
Aliás, não sei dizer o porquê, mas sempre tive uma mórbida curiosidade, como dessas de criança querer bisbilhotar em velório ou apostar caminhar no cemitério.
Enfim....
Pensava sobre as homenagens póstumas.
Porque temos o costume de prestar n mil agradecimentos e homenagens à quem já foi desta pra melhor?
É uma espécie de purificação da consciência, individual ou coletiva!
"Construiu uma linda história, contribuiu para o bem da humanidade, evoluiu e fez com que outros evoluíssem, amou, amou, amou..."
Não quero desvalidar a intenção, mas.... Então tá! Já foi!
Abotoou as paletó.
Seguiu a luz.
Foi-se!

E sei porque isso me incomoda tanto.
Vou dizer: porque não dizemos isso em vida? O que faz com que evitemos convidar ao picadeiro o artista principal enquanto ainda pode se deslumbrar com os aplausos?
Que medo é este que nos aflige e quase paraliza de revelar às pessoas que admiramos porque achamos que são as importantes, ou maiorais, ou fundamentais?

Gosto da visão que os mexicanos tem da morte!
La Muerte....
Frida Kahlo fez o favor de colorir La muerte!

Agora, vamos fazer o favor de colorir a vida?
Quero seguir assim, sem perder a oportunidade de cantar aos quatro ventos a quem admiro, amo, quero bem, valorizo...
Nada de epitáfio....
Nada de aqui jaz, quero aqui "jazz"..... porque vivi PLENAMENTE!

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